Popular Posts

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Ética e objetividade, elas existem?

Sabemos que um jornalista deve ter consciência da imensa responsabilidade que tem ao publicar qualquer informação sobre qualquer assunto, isto porque somos formadores de opiniões. Pessoas ocupam a maior parte do tempo trabalhando para sobreviver enquanto o trabalho de um jornalista é mantê-las informadas sobre o que acontece em todo o mundo.
Há diversos meios de transmitir as informações, seja rádio, televisão ou jornal impresso, todos sempre procuram detalhes de alguma tragédia que ocorra, a descoberta da cura de uma doença rara ou algo que chamaria a atenção do povo.
É preciso então tomar os devidos cuidados para que todo o conteúdo divulgado seja verídico, averiguado, e seja o mais objetivo possível. E é neste ponto que entra a questão mais discutida no jornalismo: existe a objetividade jornalística?
A questão na verdade nem é exatamente se existe esta objetividade, mas o que podemos considerar objetivo, ou até que ponto vai a ética de um jornalista? Ele, como todo ser humano, faz parte de uma sociedade e é cidadão do mundo, sendo assim é dotado por costumes, cultura, padrões hereditários, princípios e opiniões próprias, mas é preciso deixá-los de lado para escrever um texto que outras milhões de pessoas irão ler?
Não necessariamente. Na imprensa jornalística existem diversos discursos sendo utilizados, diversos gêneros textuais, e quem os escreve tem sua própria forma de fazê-lo transmitida no texto.
Günter Bentele, professor de relações públicas da Universidade de Leipzig (Alemanha), propõe uma diferenciação entre objetividade jornalística, objetividade textual e credibilidade. Objetividade jornalística seria a produrção de uma relação entre a realidade e o texto, é quando o jornalista busca informações para depois transmití-las ao público. A objetividade textual é a fase em que a realidade é transformada em signos; e a credibilidade, por fim, é a percepção do receptor quanto à relação entre realidade midiática e realidade social.
É importante lembrar que o jornalismo não deixa de prestar um serviço à população, e que a informação é consequentemente um bem público. Desta forma, a participação do poder econômico e político se torna inevitável.
O significado para ética no dicionário é bem claro: "teoria da ação e do comportamento humano nas suas relações com o dever e com o bem", ou seja, ética nada mais é do que um conjunto de regras propostas à sociedade para que todos possam pensar no próximo e viver em harmonia. E assim como ela deve estar presente em todas as profissões, no jornalismo não seria diferente.
As normas éticas jornalísticas estão em vigor desde 1987, e compromete os jornalistas com as fontes, com a comunidade e com eles mesmos. Há alguns anos atrás, antes do novo jornalismo adotado no Brasil, o jornalista era visto como um herói, alguém que representava a palavra de todos, alguém que lhes deixava informado sobre tudo o que estava acontecendo.
Com a chegada do novo jornalismo, este perdeu um pouco a sua essência e passou a ser mais subjetivo e a querer atrair a atenção com sua escrita mais fantasiosa e sua linguagem de caráter literário. Passou a ser um show, e as notícias produtos a serem vendidos.
Por esta razão, muitos profissionais da área vão contra a ética e a objetividade, e transformam tudo em mero sensacionalismo.

0 comentários:

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites